JORNAL EXPERIMENTAL GEOinfoco ENTREVISTA: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar (GEÓlogo 4GEOs)

ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL EXPERIMENTAL GEOinfoco (por: Paulo Brilhante – acadêmico da Turma 2019.1-LICENCIATURA EM GEOGRAFIA, DIA 22/11/2019)

1. PAULO: Qual a importância e a contribuição da ciência produzida na universidade para a sociedade?

AVELAR, V. G. – Penso e repito sempre que posso, a universidade tem seu fim na sociedade. Ela foi instituída para servir aos anseios da sociedade, motivo pelo qual, em si, já demonstra a importância e contribuição da universidade para o cidadão.

            Se admitirmos que nas IFES estão as oportunidades de uma formação profissional e que todos, eu disse todos, anseiam por uma profissão de qualidade e por isso, ano após anos vemos aumentar o número de candidatos querendo ingressar nas IFES. Isto também por si só, mostra que na academia a sociedade vislumbra a ascensão profissional, financeira e social. Mas, não bastasse isso, nas universidades são pesquisados e produzidos muitas das respostas para os males/problemas/mazelas do cotidiano vivido e experienciado pelo cidadão comum.

Então, penso que é de suma importância para um lugar, cidade, estado e região o conhecimento produzido nas IFES e, por conseguinte sua(s) contribuição(ões) são muito relevantes para a sociedade.

2. PAULO: De que maneira as produções acadêmicas geográficas refletem na sociedade?

AVELAR, V. G. – Sendo a Geografia uma ciência crítica e da crítica as pesquisas em Geografia (Física ou Humana) sempre estão ou estarão associadas as dinâmicas do cotidiano de um lugar. Assim, a produção acadêmica tem, ou deveria ter, impacto direto sobre aspectos de um lugar, onde via de regra, associa-se o homem/cidadão/sociedade.

            Acontece, porém, que se estas produções ficam restritas, intramuros da universidade ou mesmo sendo divulgados em eventos científicos e periódicos específicos, aqueles resultados não atingirão o público final que seriam os cidadãos e seus problemas. Neste caso, penso que os resultados das pesquisas têm por imposição de ir além e chegar por outros meios, direta ou indiretamente, àqueles que geraram suporte para pesquisa. Neste ponto, quero dizer que a produção acadêmica e seus pesquisadores devem utilizar de meios mais diretos de comunicação (rádio, TV, jornais, rádios das associações comunitárias dentre outros) e assim, levar o resultado da pesquisa a quem de direito.

            Certamente, se os resultados das pesquisas chegassem mais diretamente à sociedade, os reflexos disso seriam enormes, dando respaldo ao próprio sentido da existência da universidade e do curso no lugar.

3. PAULO: Qual a importância de eventos ligados às geociências dentro e fora da universidade?

AVELAR, V. G. – Fundamental na divulgação dos resultados das pesquisas desenvolvidas no âmbito do curso. Funciona assim, se eu pesquiso, tenho meus resultados e não os divulgo interna ou externamente, certamente que ninguém tomará conhecimento das minhas pesquisas ou dos dados por mim auferidos e alcançados.

A divulgação científica é um pilar, um pressuposto basilar para responder aos anseios da sociedade. Só assim esta tomará ciência das possíveis soluções/mitigações para seus males e/ou potenciais. Portanto, tanto interna como externamente as IFES devem criar condições para que seus pesquisadores possam divulgar os resultados de suas pesquisas. Cumprir, portanto, com o imperioso dever de bem informar e formar o cidadão brasileiro.

No caso onde eventos científicos são raros, deve-se criar as condições mínimas (palestras, entrevistas, oficinas, seminários dentre outros) para que os resultados das pesquisas atinjam ao público alvo, qual seja, a sociedade.

4. PAULO: Sobre o Grupo de Pesquisa GPGEO, qual a relevância para o ensino básico?

AVELAR, V. G. – O Grupo de Pesquisa GEOdiversidade do Amapá/GPGEO teve na sua origem, a exatos 11 anos atrás, a preocupação com o destino da humanidade frente aos eventos naturais, principalmente quanto as grandes catástrofes (terremotos, inundações, tufões e tornados…) que vitimam muitas pessoas. Desta forma, o GPGEO tem como objetivo principal levar a o conhecimento GEOcientífico para quem precisa deste.

Com este intuito foi criado no âmbito do GPGEO projetos de extensões que visam levar o conhecimento GEOcientífico ao cidadão amapaense, tais como: o Projeto Série GEOambiental/PSGEO que visa levar o acadêmico do Curso de Licenciatura em Geografia para dentro das escolas e assim fazer intervenções diretas naquele ambiente, junto a professores e alunos; O Projeto GEOequinox no Meio do Mundo que faz a interação direta junto à sociedade do Fenômeno do Equinócio, mostrando a importância do Monumento Marco Zero do Equador para observação deste e de outros fenômenos relacionados a dinâmica do movimento da Terra e sua relação com o astro rei Sol.

Atualmente, o GPGEO desenvolve o Projeto de Extensão Universitária titulado “GEOciências nas Escolas do Amapá/GEA/GPGEO, cujo objetivos é levar de forma mais direta o GEOconhecimento para a sociedade através das escolas amapaense, investindo no público alvo de 10 a 14 anos, preparando-o para um futuro mais sustentável e responsável frente aos recursos e processos naturais. Em outras palavras, busca-se Democratizar o GEOconhecimento.

Partindo-se de um princípio norteador de que “Quem conhece, Preserva”, o GPGEO e seus projetos busca preparar cidadãos mais engajados e partícipes das discussões e decisões que implementarão a sustentabilidade e a qualidade de vida no Planeta Terra.

Está em curso no GPGEO o projeto de inclusão digital (ID) e de acessibilidade ao conhecimento GEOcientífico/ACGEO, titulado “PROJETO ALAN MATHISON TURING DE INCLUSÃO DIGITAL E ACESSIBILIDADE AO CONHECIMENTO GEOCIENTÍFICO NAS ESCOLAS DO AMAPÁ: Gamificação/Jogos Digitais/PAMT/GPGEO que visa interagir e adequar a uma nova linguagem de Tecnologia da Informação/TI hoje imposta e apregoada pela Base Nacional Comum Curricular/BNCC, utilizando assim a chamada metodologia ativa de ensino, onde o aluno torna-se protagonista de seu aprendizado.

A importância desta nova abordagem e repasse do GEOconhecimento é que vai além dos muros das escolas, atendendo não seus alunos e professores, mas também a comunidade em geral, dando a qualquer cidadão desde a mais tenra idade até pessoas idosas a possibilidade de acessar o conhecimento GEOcientífico através da gamificação com uso de smartphone ou um PC. Destarte, fortalecer e assegurar o conhecimento GEOcientífico para o cidadão comum em fase escolar ou não de modo a não permitir que os mesmos caiam nas “armadilhas tecnológicas” atuais, qual seja, as chamadas “Fake News Científicas”, como o caso das teorias conspiratórias contra a argumentação científica, hoje bem representada pelos “terraplanistas”

5. PAULO: Na sua opinião, o que fazer para aumentar a credibilidade do profissional de geografia?

AVELAR, V. G. – Tudo começa pelo Curso de Geografia que precisa se fortalecer e conquistar respeito e credibilidade frente a comunidade científica e acadêmica, através do tripé Ensino/Pesquisa/Extensão. Em seguida, fomentar nos seus docentes e discentes a produção e divulgação de artigos científicos em eventos científicos e revistas/periódicos especializados, para que a sociedade, em geral, tome conhecimento e assim reconheça e valorize o papel de vanguarda do curso.

Tomado esta atenção, o Curso de Geografia e seu quadro de docentes/pesquisadores e acadêmicos que desenvolvem pesquisas devem romper com os muros das salas de aulas, de seus laboratórios ou mesmo da universidade em si e então levar/transmitir os resultados de suas pesquisas diretamente aos maiores interessados por elas, quais sejam, os cidadãos.

Como mencionado em respostas anteriores sendo a Geografia uma Ciência estritamente da Crítica deve impor-se cientificamente de modo a apontar caminhos e soluções aos anseios e problemas do cotidiano da sociedade amapaense, amazônica, brasileira e mundial. Em outras palavras, a Geografia e os Geógrafos precisam assumir o protagonismo de outrem que fora perdido nos dias de hoje. Desta forma e com a lacuna deixada pela Geografia e Geógrafos novas ciências e profissionais surgiram e tomaram a frente de problemas e dilemas sociais e naturais que antes era de competência da Geografia.



Veja como citar este post:

AVELAR, Valter Gama. JORNAL EXPERIMENTAL GEOinfoco ENTREVISTA: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar (GEÓlogo 4GEOs). ENTREVISTA CONCEDIDA AO JORNAL EXPERIMENTAL GEOinfoco (por: Paulo Brilhante – acadêmico da Turma 2019.1- Curso Licenciatura em GEOgrafia da UNIFAP, DIA 22/11/2019). nov/2019. Disponível em: https://valteravelar4geos.com/2019/11/24/jornal-experimental-geoinfoco-entrevista-prof-dr-valter-gama-de-avelar-geologo-4geos/. Acesso em yy/xx/2019.



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6 comentários em “JORNAL EXPERIMENTAL GEOinfoco ENTREVISTA: Prof. Dr. Valter Gama de Avelar (GEÓlogo 4GEOs)

  1. Avatar de Yngleds Fernanda oliveira

    Muito bom ! Eu amei tudo e aprendir algumas coisas que eu ainda não sabia mas foi muito bom ler !ta do deslumbrante !meus parabéns!!

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    1. Avatar de Dr. VALTER GAMA DE AVELAR

      Olá Yngleds Fernanda oliveira …que massa…..As GEOciências agradecem e precisa muito de seu feed back….GEOagradecido.

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  2. Avatar de Willian Victor

    Isso mesmo que é a real importância da produção científica e sua divulgação!!!
    Parabéns aos envolvidos com o magnífico projeto GPGEO! isso é o que munda o mundo, pensar na propagação de verdade do conhecimento produzido nas universidades.
    Deixo aqui um Geoabraço para todos!!!

    Curtido por 1 pessoa

    1. Avatar de Dr. VALTER GAMA DE AVELAR

      Willian que bom que estás seguindo esta homepage e ainda melhor saber que estás aproveitando o potencial da GEOciência mantenha sempre conectado que muito mais vem por aí…Continue navegando nesta web, pois a vibe é positiva e científica….kkkkkk

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      1. Avatar de Willian Victor

        hahahaha pode deixar, já cadastrei meu email pra receber as novidades, inclusive recomendo pra quem chegou agora na página heim!!!
        Abraço!

        Curtido por 1 pessoa

      2. Avatar de Dr. VALTER GAMA DE AVELAR

        Ótimo Willian saiba que a partir de agora você toma parte do roll de GEOamigo da GEOciências…seja bem vindo e receba um GEOabraço

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