Valter Gama de Avelar[1]
II SEMINÁRIO SOBRE ENSINO DE GEOGRAFIA DA AMAZÔNIA. A BNCC E OS NOVOS CENÁRIOS DA LICENCIATURA: COMO FICA O ENSINO DE GEOGRAFIA NESTE CONTEXTO? 27 a 28 de novembro de 2019. Belém-Pará
Eixo Temático: 2.Metodologia e práticas educativas no ensino de Geografia da Amazônia;
[1] Geólogo, Coordenação do Curso de Geografia/DFCH; Professor/Pesquisador do Curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Geografia/PPGEO/DFCH/UNIFAP; Macapá-AP; valtergamaavelar@gmail.com
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo principal mostrar aos acadêmicos do Curso de Licenciatura em Geografia da UNIFAP, uma ferramenta facilitadora do ensino, diante das dificuldades enfrentadas em disciplinas que exigem raciocínio lógico e interpretação espacial, como o caso de Cartografia Básica e Geomorfologia. Foi utilizado o método teórico-prático de ensino onde o potencial absorvido foi colocado a prova e testado a todo instante. Por conta disto foram utilizadas técnicas de confecções de maquetes tridimensionais de relevo em isopor. Mostrou-se que é possível desenvolver o estudo do relevo através de práticas e métodos que facilitem o processo Ensino-Aprendizagem, tornando e potencializando o saber geográfico. Como resultado o aluno aprendeu a interpretar cartas planialtimétricos e ainda adquiriu conhecimentos sobre o relevo do estado do Amapá, pois a prática de forma lúdica com as curvas de níveis permitiu aos mesmos a compreensão e interpretação espacial do relevo. A discussão em grupo sobre as características diferentes das 03 (três) maquetes geradas, por conseguinte, ressaltando diferenças nos relevos observados das folhas Camaipi e Cupixi foi o ponto alto do experimento mostrando a eficácia deste tipo de abordagem metodológica no ensino de Geografia.
Palavras-chave: Relevo do Amapá. ensino de geografia. maquetes tridimensionais. curvas de níveis.
INTRODUÇÃO: O acadêmico do Curso de Geografia da UNIFAP, via de regra, chega com muitas deficiências no trato das características físicas da Terra, em especial, quanto ao estudo do relevo terrestre. Por conta disso, foi desenvolvida durante o segundo semestre de 2019, uma oficina para produção de maquetes de relevo, com alunos graduandos da Turma 2018.1, do Curso de Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Federal do Amapá/UNIFAP.
II REFERENCIAL TEÓRICO
Visando dar aos acadêmicos do Curso de Geografia o entendimento pleno de tudo o que seria abordado, durante a oficina, para elaboração de maquetes tridimensionais de relevo, estes foram instigados a reverem conceitos antes já vistos por eles na disciplina de Cartografia Básica. Destarte, foram revisados os conceitos de alguns elementos constantes em um mapa ou carta planialtimétrica, tais como: escala; curvas de níveis (sua leitura e interpretação) e coordenadas geográficas (latitude e longitude), todos indispensáveis para alcance dos objetivos pretendidos.
2.1 ESCALA
De acordo com IBGE (2019), escala é a relação entre as dimensões dos elementos representados em um mapa, carta, fotografia ou imagem e as correspondentes dimensões no terreno. Quando esta relação matemática é dada entre as dimensões dos elementos no desenho e no terreno, denomina-se Escala Cartográfica. Quanto as representações são classificadas em escalas Gráfica e Numérica.

A Escala Gráfica é a representação gráfica da escala numérica sob a forma de uma linha graduada, na qual a relação entre as distâncias reais e as representadas nos mapas, cartas ou outros documentos cartográficos é dada por um segmento de reta em que uma unidade medida na reta corresponde a uma determinada medida real. Enquanto a Escala Numérica é a escala de um documento cartográfico (Mapa, Carta ou Planta) expressa por uma fração ou proporção, a qual correlaciona a unidade de distância do documento à distância medida na mesma unidade no terreno (Ex: 1:100.000 – Lê-se 1 por 100.000). A Tabela 1 ilustra a classificação das escalas de acordo com o grau de detalhamento destas.
As escalas de detalhe e ultra detalhe são comumente utilizadas nas fases ou etapas prospectivas dos projetos de localização e avaliação (quantificação e qualificação) de depósitos minerais, em trabalhos de geotécnica (estradas, aeroportos, urbanização), de mapeamento de minas e outros. Naturalmente que os custos (pessoal, custos, tempo) dos mapeamentos de maior detalhe são maiores (aumentam exponencialmente – ao quadrado pelo menos) com o aumento de escala.
2.2 CURVA DE NÍVEL
Define-se Curva de Nível uma linha marcada em planta ou mapa topográfico/planialtimétrico e que representa os pontos de mesma altitude do terreno. As curvas de nível constituem a forma mais utilizada para representação do relevo nas cartas, mapas e plantas topográficas (IBGE, 2019). Uma parte da Carta Topográfica de Camobi, na escala de 1:50.000, da Folha SH.22-V-C-IV-2, pode ser vista (Figura 1), permitindo a leitura das linhas que constituem as curvas mestras. Estas curvas são aquelas linhas mais grossas e numeradas com o valor da altitude que ocorrem a cada 5 curvas. A quinta curva é sempre uma curva mestra nas cartas e mapas topográficos.

2.3 COORDENADAS GEOGRÁFICAS
São valores numéricos através dos quais podemos definir a posição de um ponto na superfície da Terra, tendo como ponto de origem para as latitudes o Equador e o meridiano de Greenwich para a origem das longitudes (IBGE, 2019).
III MÉTODOS É TÉCNICAS
Para maiores detalhes quanto a confecção de maquetes tridimensionais de relevo a partir de uma carta planialtimétrica sugere-se a leitura do artigo publicado por Avelar (2014).
Em síntese o trabalho consistiu em 04 (quarto) etapas principais, a saber:
- Abordagem dos principais conceitos relativos ao relevo e leitura/interpretações de curvas de níveis em cartas planialtimétricas, na escala de 1:100.000 restritas ao estado do Amapá;
- Escolha das quadrículas representativas do relevo da carta, no total de 04 (quatro), para sua consequente ampliação para o tamanho de uma folha de cartolina, representando um aumento de 08 (oito) vezes o tamanho desde a carta planialtimétrica;
- Recorte das curvas de níveis ampliadas na cartolina e repasse para o isopor (folhas de 1,0 cm de espessura);
- Colagem (com cola para isopor) e o consequente acabamento (revestimento em papel higiênico e cola branca) das curvas de níveis (cola de isopor), culminando com a pintura final da maquete com tintas coloridas do tipo acrilex.
IV RESULTADOS E DISCUSSÕES
As informações das curvas de níveis para confecção das maquetes tridimensionais de relevo aqui apresentadas foram obtidas a partir de duas cartas planialtimétricas que esboçam as características físicas/relevo da porção central do estado Amapá aqui representadas pelas Folhas Camaipi-MI-242 (sul) e Cupixi-MI-200 (norte), respectivamente, articuladas a leste com as folhas Macapá (MI-241) e Ferreira Gomes (MI-201) e a oeste, com as folhas MI-241 e MI-199, respectivamente (Figura 2).

- 4.1 RELEVO DA CARTA PLANIALTIMÉTRICA DO CAMAIPI-AP (MI-242)
- A Carta Planialtimétrica do Camaipi-AP (MI-242) articula-se ao norte com a Folha Cupixi (MI-200) e a leste e oeste, respectivamente com as folhas Macapá-MI-243 e MI-241 (vide Figura 2). Para esta carta planialtimétrica foram confeccionadas 02 (duas) maquetes de relevo com base nas informações das curvas de níveis extraídas de diferentes partes da mesma. Isto deveu-se ao fato de que a área apresenta relevo diferenciado, proporcionando um olhar distinto por parte dos acadêmicos.
O primeiro grupo (acadêmicos Brenda, Heloísa, Letícia, Renan e Sandala) selecionou quadrículas mais ao sul da carta, representando relevo pouco movimentado e contando com apenas 02 (duas) curvas de nível (Figura 3).

Em seguida foi realizada a divisão em quadrículas de 1,0 x 1,0 cm cada, constituindo assim, 08 (oito) quadrículas na horizontal e 08 (oito) quadrículas na vertical, como ilustrado na figura anterior. Trata-se do princípio de ampliação de figuras por quadrículas. Os alunos foram instigados a exercitarem suas habilidades cognitivas e matemáticas fazendo a ampliação daquelas quadrículas (8,0 x 8,0 cm) de modo a ocuparem o tamanho total de uma cartolina ou seja dimensões de cerca de 1,0 m por 0,95 m que, posteriormente seria utilizada para perpassa-las para uma folha de isopor (Figura 4). Em A) a fase de ampliação das curvas de nível para a cartolina; B) e C) o resultado da colagem das curvas de nível no isopor após os devidos cortes. Em D) início da fase de acabamento, pintura da maquete, após secagem do revestimento da superfície da maquete tridimensional de relevo por papel higiênico e cola branca.






(Para saber mais e ler artigo na íntegra, aguardar publicação, EM BREVE)
Veja como citar este post:
AVELAR, Valter Gama. ESTUDO DO RELEVO DO AMAPÁ: DAS CURVAS DE NÍVEIS EM CARTAS PLANIALTIMÉTRICAS AO MODELAMENTO TRIDIMENSIONAL DE RELEVO. II SEMINÁRIO SOBRE ENSINO DE GEOGRAFIA DA AMAZÔNIA. IFPA, Belém-Pará. Disponível em: https://wordpress.com/block-editor/post/valteravelar4geos.com/332. Acesso em yy/xx/2019.
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